Sou a Fátima Ribeiro, mais conhecida por Fanny, uma apaixonada pela vida e vivo em Portugal, pertinho de Lisboa. Tenho 41 anos, sou casada e tenho uma filha maravilhosa, o meu maior tesouro. Sou professora de Línguas e Literaturas (Português e Francês), profissão que já exerço há 18 anos. Escolhi esta profissão por vocação, embora hoje em dia seja uma tarefa muito árdua ensinar a juventude dos nossos dias. 

Adoro ler, viajar, dançar, cantar, brincar... sou uma pessoa bem disposta, embora algo introvertida... apesar de dizerem o contrário. Nestes últimos dois anos tenho-me dedicado a fazer arte gráfica, algo que tem inspirado a minha escrita, pois é na (re)criação dessas imagens e ouvindo determinadas melodias que alguns poemas meus adquirem a alma das palavras. 

Sou algo solitária, gosto de me encontrar comigo própria, refletir sobre a vida. Gosto de me sentir solitariamente acompanhada pelo silêncio, por uma música relaxante, por um livro... Gosto de escrever as palavras que a minha alma me sussurra. 

Aprecio poetas como Fernando Pessoa, Pablo Neruda, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Florbela Espanca, Nuno Júdice... Deixo-me embalar por melodias que me aconchegam a alma e me fazem levitar no firmamento, como Secret Garden, Yanni, Sarah Brigthman... melodias suaves... calmas e profundas... Aprecio de um modo geral a música clássica, esta que tem o dom de permanecer sempre atual. 

Adoro a natureza. Gosto de ouvir as suas melodias, tentar captar os seus segredos e mistérios, ouvir o silêncio. Gosto do cheiro da terra molhada, das flores, das árvores. Delicio-me quando estou perto do MAR ( as suas cores azul/verde/laranja... são lindas). Gosto de ouvir a música das ondas, ir à praia, sobretudo ao encontro da despedida do sol. O nascer e o pôr-do-sol são as minhas paisagens de eleição. Quando inserida nessa paisagem, sorrio para o sol, respiro fundo até às profundezas do meu ser e parece que o mundo, o universo entram na nossa alma. É um momento mágico, inexplicável, as palavras perdem sentido, pois é aí que a nossa alma nos murmura suas emoções mais puras. A LUA e o seu belo reflexo do mar... o brilho das estrelas... também me provocam sensações únicas.

Talvez por eu ser assim da forma que me descrevi... uma romântica sorrindo para o infinito... a minha escrita se deixe levar pelas asas do sonho e se deixe seduzir pela fantasia e pela poesia. Não me considero poetisa, no verdadeiro sentido literário da palavra, não obedeço a esquemas de metro, rimas, etc... deixo simplesmente que os meus versos flutuem livres e soltos nas estradas infinitas da minha alma e do Universo. 
 


 

 

Miragem
*Fanny*

Cheguei como pluma ao oásis do teu pensamento
Fiz-me luz de lírios brancos,
com vestes de estrelas e luares refulgentes…
Diademas nos cabelos com flores de estrelas
colhidas nas alvoradas da tua saudade…
Fiz-me miragem celeste que tu aconchegaste
na morada secreta do Tempo… 
instantes mágicos perfumados de mistério.

E tu poeta?

Um dia… ousaste entoar a melopeia dos trovadores celestiais,
suave e secreto encanto que seduz as fadas do vento…
e a tua canção de versos desfez neblinas e lamentos…
fez brotar em mim cascatas de Éden azuis
que agora escorrem nas alamedas dos meus sonhos...
Flutuo ainda em nuvenzinhas de ternura pelas infinitas galáxias 
das auroras enfeitiçadas…levada pelas brisas estonteantes 
dos teus abraços.



 


Desliza Em Mim o Teu Sabor a Vento
*Fanny*

Desliza em mim o teu sabor a vento...
Despe-me este inefável tormento
e cobre-me com as tuas brisas de aurora 
embrenhadas de orvalho e de luar.

Faz-me tua deusa das madrugadas
vislumbra e saboreia meu olhar de estrelas
que te rogam carícias de mar, de paixão e amor...

Desliza em mim o teu sabor a vento
e eu poderei ouvir os teus pensamentos
a clamarem por mim no teu silencioso leito 
vestido de uma saudade sem tempo...

Desliza em mim o teu sabor a vento...
assim navegarás nas minhas ondas de carinhos
fundiremos nossos corpos no etéreo firmamento
e viveremos enlaçados eternamente 
na viagem da vida perpetuada pelo amor.



 


Anoiteceu Em Mim
*Fanny*

Anoiteceu em mim...

Percorro madrugadas cinzentas 
sem lua...noites nuas
sem os brilhos de cristal sorridentes
que iluminavam o horizonte 
do meu olhar feito poesia.

Onde estarão as melodias
que o arco-íris entoava 
no infinito do meu sentir?
Agora...escuto somente 
as canções das lágrimas
derramadas na minha solidão!

Procuro a beleza das minhas 
manhãs perdidas...
mas vislumbro somente tristeza...
caminhos de silêncio... de agonia.
Minha alma fria...sem alegria...
sem vida!

Onde estarão as emoções 
que afagavam o meu coração?
Em que nuvem de desilusão
de mim se apartaram?
Tento voar...mas em vão!
As minhas asas estão feridas!
Tento apagar a escuridão 
com o sol da esperança
mas os dias tornam-se ainda
mais escuros e sombrios 
e as chuvas de Inverno
não cessam de cair 
nos labirintos da minha alma 
inundados de mágoas
onde nada me acalma.

Naufraguei nas ondas da ilusão
e não sei onde me encontrar.

 



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