Elson Jacques de Vargas Viega, nasceu em 7 de agosto de 1932 e faleceu em 23 de novembro de 1994.
Filho de Felipe Viega e de Celuta de Vargas Viega.
Era casado com Elocy Vaz Viega.
Foi funcionário público na Prefeitura Municipal de Dom Pedrito - RS - Brasil.
Em Dom Pedrito, por longos anos, foi colaborador do Jornal Ponche Verde, criador da propaganda cinematográfica do Cine Glória, artesão com excelentes trabalhos em madeira, osso e cartão, exaltando as belezas de sua cidade.
Era escritor e poeta com várias obras sobre o regionalismo, e outras enaltecendo o Esporte Clube Cruzeiro e o Jornal Ponche Verde.
Seus filhos e netos foram brindados com suas belas poesias.

 

 


Saudades!

Elson Jacques de Vargas Viega

Lá na beira do cercado
No que descamba a coxilha
Onde a estrada se enforquilha
Foi que deixei meu passado.
Meu folguedo, minha infância,
O gado de osso, minha estância
E o meu petiço tostado.

A sombra do velho umbú
A mangueira onde brincava,
Onde bem cedo tomava
O apojo quentinho e crú.
Meu galgo baio, meu "fox',
Os mundéos, o meu bodoque,
As caçadas de tatú...
A cacimba na vertente,
Ao pé de enorme chorão,
Onde eu passava um tempão
Entretido com a corrente...
Os ninhos de passarinho,
Onde eu ia de mansinho
Prá agarrá-los num repente...

Meu rancho, minha morada
Não quero ver-te, não posso.
Aquilo foi tão nosso
Já não existe, bem sei...
Fique comigo a lembrança,
O meu sonho de criança
Como o que sempre sonhei.
 



 


Comentando

Elson Jacques de Vargas Viega
A minha filha Olívia, pelo seu aniversário.

O vento beijou teu rosto,
remexeu os teus cabelos,
pôs aurora em teu sorriso
de matinal inocência.
Teu olhar buscando a esmo
Descobrir novas auroras,
Se deteve nas distâncias
Infinitas, do horizonte;
Onde o céu - imenso abismo -
Parece beijar a terra,
Abraçá-la de uma vez.

Do gesto nasceu a prece
que tuas mãos sintetizaram
- universal reverência -
de amor profundo, de fé.
Ao te ver assim contrita,
No silêncio da manhã,
senti eflúvios divinos
banhando de luz o teu ser.

E o vento que foi levando
teus sussurros de oração,
foi dizer pelos caminhos,
por cidades e por ermos
que te viu assim, bonita,
desabrochando sorrisos,
como flor da primavera,
matizando de beleza
auroras de um novo dia.

 

 


15 Anos

Elson Jacques de Vargas Viega
À minha filha Palmira

Chegaste agora, do ontem,
Recém criança, menina,
trazendo nos olhos meigos
e nos lábios juvenis
um sorriso de esperança,
uma palavra de amor,
que abrirão teus caminhos
nas auroras infinitas
do teu mundo de amanhã.

Chegaste agora, do ontem,
A alma cheia de encantos,
Sublinhada de ternura
como se foras a fada
que os enlevos de criança
fantasiaram tantas vezes
nos monólogos inocentes
que se estendiam nas tardes
dos teus castelos de sonhos...

Ah! minha filha, eu quisera
guardar comigo esta imagem
para povoar o meu hoje,
enfeitando os sonhos meus,
que às tardes, também, por certo,
vão compor meus solilóquios,
pois que o outono já desce
sobre os caminhos que piso.

 


 


Manuela

Elson Jacques de Vargas Viega
A minha neta

Depois de longa espera tu chegaste
como a boa nova que chega a nossa casa
em forma de alegria.
Recém chegara, também,
a Primavera, trazendo flores
para enfeitar os caminhos
que pisarás,
e as árvores que te abrigarão
nas sombras dadivosas.
Os braços que te acolheram
E as vozes que, em sussurros,
Chegaram aos teus ouvidos,
No acalanto primeiro de tua vida
Hão de ser sempre
Os braços do aconchego
que te envolverão com ternura,
E as palavras,
As diretrizes de fé,
Confiança
E a sabedoria,
Que brotarão dos teus lábios,
Como preces,
Quando chegar o amanhã.

Outubro de 1989.

 


 

 

Camilla

A minha neta


A notícia vem de longe
rompendo distância enorme
e se soube pelo informe
que chegou uma menina...
- uma menina! Que lindo!
E aquele sorriso infindo
no rosto nunca termina.

Mas a distância, caramba!
Deixa aflito todo mundo,
pois é certo que, no fundo,
o desejo é sempre um só...
saber se é gorda, bonita.
e nesse desejo, aflita,
desponta sempre a vovó.

E o vô, faceiro, imagina
que a menina sempre é flor,
e por isso, com amor,
por entre as rimas desfila
e no verso sempre inova
saudando a neta mais nova
que tem por nome Camilla!

(28 fev 93)
 





Juliana
A minha neta

É manhã em Amambaí
De outono, doce manhã
No ar cheirando a romã
O sol resplende de luz
Surge a aurora, nasce a vida
Jesus é força e guarida
Sorrindo pra nós da cruz
Há um vagido no ar
Dizendo ao mundo cheguei
Amor, carinho, bem sei
Resplandece em cada olhar
Do pai, da mãe, dos presentes
Saudando, alegres, contentes
O momento singular
É menina e é bonita
E o ser que agora palpita
Tem o nome de Juliana

 



Juliana

Nascida sul mato-grossense,
filha de pai rio-grandense
e de mãe paraibana,
desabrochou para o mundo
cercada de amor profundo
a pequena Juliana!

Será gaúcha a menina?
Paraibana será?
Ou quem sabe se dirá
sul mato-grossense de gema?
Mas me fica uma certeza
para formar a sua beleza
nunca existiu tal problema

Da Paraíba terá
a fibra do sertanejo
que fortalece o desejo
de liberdade e conquista;
da gaúcha esse retovo
que a mulher gaúcha tem:
um olhar de querer bem,
e um coração nativista.

De Mato Grosso o enlevo
do sonho que não se esvai
sempre voltando a Amambaí
cultivando uma lembrança.
Ao querer voltar um dia
ao lugar da fantasia
do seu mundo de criança!

 

 


Vida

Elson Jacques de Vargas Viega

 +1932  /  - 1994

Sou vida!
E sendo vida fui entranha,
aspirando o hálito de outra vida
no ventre que me gerou.
Sou vida!
E sendo vida serei eterno
na transfusão do meu sangue,
que nutrirá outras vidas,
no ventre que escolhi
para ser a matriz do meu sêmen.
Sou vida!
e sendo vida sou alma,
que no mistério da morte
renascerá sempre
em outras vidas.






 

 

       

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